sábado, dezembro 09, 2006

Wageningen

O passeio não foi grande, e por isso mesmo não vi tanto como queria. Felizmente a cidade é pequenina e por isso acho que deu bem para morder o ambiente. Para o mais importante, o trabalho, foi muito útil e proveitoso, tive oportunidade de discutir o meu trabalho com pessoas bastante experientes na área e que me deram não só a sua opinião como novas sugestões. Aprendi a usar o modelo GECROS (Genotype Environmental Crop Simulation), e sugeri umas alterações para o mesmo, acho que foram bem recebidas pela malta cá do sítio,nos últimos dias andei então com o Tommie (o colega com quem me vim encontrar) a tentar encontrar uma maneira introduzir novas equações para a simulação do crescimento da raiz no modelo. Ontem o Tommie e o Xinyou Yin acabaram por conseguir, e já temos uma nova versão beta para o modelo, agora seguem-se os testes e análises de sensibilidade. Acho que o modelo beneficiará bastante com estas novas equações, o que será benéfico para a produção cerealífera em geral e em particular para o Mediterrâneo, e claro mais um passito para acabar com a fome no Mundo! Sim, isso mesmo, ou acham que eu ando para aqui a encher chouriços?! Na quinta-feira ao almoço dei um seminário sobre o meu trabalho. A plateia era maioritariamente constituída por professores de já alguma idade e com muita experiência na área, e alguns estudantes de doutoramento, à volta de 20 pessoas, a princípio estava um bocado nervoso, mas após apresentar o título da apresentação a descontracção foi total, e hoje cheguei à conclusão que sempre é verdade que com a experiência vem a calma, mais uns aninhos e passo a gostar de fazer apresentações.



Quanto à cidade, bom, Wageningen (leia-se “varreninguen”), como disse no post anterior é uma pequena cidade Universitária, com cursos relacionados com as ciências da vida. Os edifícios e Institutos da Universidade estão completamente espalhados pela cidade parecendo toda ela um campus. Esta deve ser a única, ou pelo menos das únicas cidades Ocidentais sem MacDonalds, pensa-se que isso aconteça pelo facto da maioria das pessoas que lá vivam pertencerem a uma comunidade científica sensível aos acontecimentos na floresta amazónica, assim sendo há uma espécie de boicote à sua presença.

Vista geral da cidade.
Departamento de Plant Sciences, foi onde passei a última semana.Residência de estudantes.


Como é óbvio as bicicletas são uma constante aqui como em toda a Holanda. Elas têm prioridade sobre tudo, carros e peões, o que torna a vida completamente difícil a quem tem de andar de carro, por vezes os ciclistas cruzam a estrada sem olhar a nada e se um carro atropelar um ciclista a culpa é sempre do automobilista, infelizmente os ciclistas são também desrespeitadores dos peões. Por isso se tiverem de andar num passeio reservado a peões e ciclistas o melhor é irem atentos pois eles esperam que vocês se desviem, mesmo que eles venham por trás.



O centro da cidade é agradável, com algumas lojas com bom aspecto (especialmente sapatarias), a Igreja está bem no centro da praça principal e à volta alguns cafés e bares engraçados. Na quarta-feira à hora do almoço o Tommie levou-me ao centro da cidade, para ver a feira semanal, aproveitamos e comemos uns Kibelings - estilhaços de bacalhau fritos em óleo com farinha de trigo e com uma molhanga à base de maionese, o Fish sem chips cá do sítio. Se tiverem fome é bom, se forem sensíveis à gordura nem experimentem. Junto aos Kibelings vim a encontrar a única Coffe Shop cá do sítio, o cheiro na rua não engana, e se estão curiosos não, não entrei...



Mais uma vez, como seria de esperar, a cidade tem água por todos os lados, além disso tem bastantes árvores nos passeios. Nesta altura do ano o tijolo burro, o céu de tom cinzento escuro e as árvores sem folhas tornam a cidade um pouco deprimente, mas a partir da Primavera deverá ser um sítio extremamente agradável para se viver. Na zona mais a norte da cidade podemos encontrar a Wageningensnert, a montanha de Wageningen, não passa de um montinho, provavelmente em Portugal nem isso seria. No seu cimo está o Arboreto da universidade, não é muito grande (10 hectares não mais) mas é muito bonito. Do cimo de Wageningensnert tive a oportunidade de ver o rio Reno com os seus diques de Verão e Inverno.

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No princípio da tarde de quinta-feira tive de rumar até ao aeroporto de Schiphol - Amsterdão, seguindo os conselhos do amigo Duarte decidi dar uma passeadela pela capital. Com apenas uma hora defini um plano simples e infalível, 45 minutos a andar numa e apenas uma direcção (para não me perder) a absorver o máximo possível e registar fotograficamente a cidade, quando esse tempo passar, fazer o caminho de volta em 15 minutos. Infelizmente chovia imenso, uma chuva de pingos grossos com granizo à mistura, pensei em parar, mas não, não podia, o tempo era pouco e havia que aproveitar, com a insistência veio a bonança. Daquilo que vi deu para perceber que Amsterdão é uma cidade fantástica. Já tinha saudades da confusão e stress da cidade grande, não sei quando voltarei a viver numa mas o meu corpo urge por isso!

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

tentativa numero 3456344656 (e depois do blogger ter recusado a minha mudanca p beta!!!)

mais uma vez um gde texto afilhado!!
ate aparece q tava a teu lado a comer fish sem chips :)
e fiquei cheia de vontade de ir a Amsterdao...

bjos gdes e ate sabado
and

12:22 da manhã  
Blogger andreia said...

ja ta!!! :))))

12:33 da manhã  

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